"Se nos demitirmos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café." (Francisco Sá Carneiro)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

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Vamos ao Pingo Doce!

Para quem não sabe do que falo, passo desde já a explicar: a cadeia de supermercados Pingo Doce, pertencente à Jerónimo Martins, decidiu fazer uma promoção de 50% direto em todas as compras de valor superior a 100€, ou seja, ao comprar algo de 150€, só pagaria 75€.
Esta campanha arrastou milhares de pessoas a este supermercado, causando ruturas de stock, cenas de pancadaria, incidentes e, em algumas lojas, foi necessária a intervenção da polícia de choque.
O que está em causa é a tremenda importância que se está a dar a este assunto: tanto o PCP como o BE exigiram, ontem de manhã, no Parlamento, que dois ministros se reunissem para explicar esta estratégia de marketing, enquanto Portugal conseguiu ir com sucesso ao mercado da dívida, onde colocou mais de 1.500 milhões de euros, mas, no entanto, o que interessa verdadeiramente aos sindicatos portugueses? A hipocrisia da família Soares dos Santos em promover uma campanha destas no Dia do Trabalhador, quando esta mesma família criou cerca de 1.000 postos de trabalho o ano passado.
Enquanto nadamos num mar de austeridade e contenção económica, algumas elites políticas preocupam-se com supermercados, com o dumping e em oferecer publicidade "grátis" ao Pingo Doce.
Podemos afirmar que é devido a esta crise que houve tamanha adesão a esta promoção, mas no entanto, quando olhamos para outros países (como os Estados Unidos da América) verificamos que também eles têm um dia assim, o chamado Black Friday.
É triste que alguns partidos e sindicatos atribuam mais importância a promoções que favorecem os consumidores, do que realmente com os consumidores, que são favorecidos com promoções como esta.

segunda-feira, 5 de março de 2012

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Concordas com despenalização aborto até às 10 semanas?

Argumentos a favor da despenalização do aborto:
  • Defendem que desde o momento em que um óvulo é fecundado passa a haver vida. O aborto é assim contranatura. Contudo, abrem-se excepções para a violação, mal formação ou perigo de vida da mãe. Neste último caso, a contradição surge maior por se tratar da escolha entre duas vidas.
  • A Igreja Católica, como outros credos, é parte interessada no problema. Defende o direito à vida, o valor da família e a prática do bem. Contudo, para os católicos a salvação obtém-se com o baptismo e não com a génese do ser. 
  • Discute-se a criação de condições para a diminuição das situações que levam as mulheres a abortar, mas a Igreja Católica não aceita os métodos "artificiais" de contracepção. 
  • Os defensores do NÃO preferem que uma mulher possa fazer um aborto sem ser criminalizada, mas sem a subvenção do Estado. Caberá ao médico, pago pela mulher, a opção final da intervenção. Liberaliza-se a decisão do médico e, assim, despenaliza-se a paciente.



Argumentos contra a despenalização do aborto:
  • Não há entendimento quanto à determinação do início de vida. Se para o NÃO a vida biológica e a criação da consciência (o "eu") começam no mesmo momento (na fecundação do óvulo), já o SIM deixa espaço para dúvidas.
  • São precisos dois para fazer um filho, mas a decisão final caberá sempre à mãe. Uma mulher pode optar por ter um filho independentemente da vontade do progenitor, mas um homem não a pode impedir de abortar mesmo que ele tenha condições objectivas para criar a prole. 
  • Uma mulher será despenalizada se o aborto for realizado até às 10 semanas. Um dia a mais e a mulher terá de responder perante a justiça.
  • Hoje em dia só engravida quem é irresponsável. Promovendo o Planeamento Familiar não é preciso despenalizar o aborto.
  • Fazer um aborto é um atentado contra a vida humana e ainda nenhuma mulher foi parar à prisão por ter recorrido ao aborto.
  • O aborto legal deixa as mulheres à mercê de todo o tipo de pressões e  vai congestionar os serviços de saúde devido ao aumento do número de abortos.


Francisco Thó Monteiro: Contra a despenalização do aborto.

sábado, 3 de março de 2012

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BIC recebe mil milhões para comprar BPN por 40 milhões

No dia 29 de Fevereiro do 2012, fui assistir ao plenário na Assembleia da República pessoalmente. E, ao ouvir debater sobre o tema do BPN fiquei completamente pasmado a ouvir o que estava a ouvir. Não vou fazer mais comentários, deixo aqui um excerto da citação do deputado do Bloco de Esquerda que trouxe o assunto para o debate. Apesar do excerto ter grande dimensão vale a pena ler com atenção, e que cada um retire as suas conclusões.

"Julgavam PSD e CDS que, por uns tempos, estavam livres do BPN, podiam esquecer o BPN. Puro engano.

Menos de uma semana depois do debate que aqui travámos, o Bloco de Esquerda traz novamente ao Parlamento o processo do BPN, confrontando mais uma vez –e as vezes que forem necessárias – a direita e o seu governo com as pesadas responsabilidades que têm neste monumental buraco financeiro que é o BPN.

Fazemo-lo pela verdade e transparência que são devidas aos portugueses que pagam cêntimo a cêntimo, sugados pela austeridade que lhes é imposta pelo governo da troika, os muitos milhões atirados para o buraco sem fundo em que se transformou o BPN. São os sacrifícios dos portugueses, os subsídios retirados, os impostos aumentados, os apoios sociais cortados, que estão a pagar o BPN e a sua generosa entrega ao BIC.
Se bom caminho é para o governo um futuro com mais 100 mil desempregados e uma recessão a crescer até aos 3,3%, então é natural que PSD e CDS achem que o BPN vai no bom caminho.
O governo é muito exigente na austeridade mas relapso na prestação de contas.
Um dia depois, 24 h depois, da direita ter recusado a comissão de inquérito foi conhecido e confirmado pelo governo, que a venda do BPN ao BIC implica mais um financiamento de 300 milhões de euros. O BPN transformou-se num sorvedouro insaciável e a sua venda é cada vez mais um problema, um custo acrescido para o Estado.
E estes novos 300 milhões euros podem ainda ser muito mais. Basta para isso que os depósitos atualmente no BPN sejam levantados. Pois, o governo assumiu o compromisso de cobrir os depósitos levantados.
Disse o primeiro-ministro que não se trata de um empréstimo, mas apenas de uma linha de crédito. É exatamente a mesma diferença entre ser condenado por roubar ou furtar.
O que na semana passada somava 5,4 mil milhões de euros, soma agora 5,7 mil milhões e ninguém pode dizer hoje se a fatura vai para por aqui.
A semana passada o Estado dava ao BIC 767 milhões de euros para o BIC comprar o BPN por 40 milhões, agora o Estado vai receber os mesmos 40 milhões mas paga mil milhões de euros ao BIC.
Em resumo, o BIC recebe mil milhões para comprar um banco por 40 milhões.
É caso para dizer que esta venda do BPN ao BIC traz mesmo água no bico."
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