"Se nos demitirmos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café." (Francisco Sá Carneiro)

domingo, 15 de janeiro de 2012

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Divergências Laborais

Nos tempos que correm, por incrível que pareça, não é a austeridade, a consolidação orçamental, ou as privatizações que mais me fazem impressão. Talvez porque concordo com estas medidas, que constituem reformas estruturais para Portugal e para o seu futuro. Ou talvez será porque existem coisas realmente controversas que me fazem pensar sobre a coerência que lhes é inerente. Ou melhor, que não lhes é inerente. Falo de trabalho. Sim, de trabalho. Um assunto aparentemente simples, que ao principio parece obter um consenso por parte de todos, mas que gera inúmeras divergências quando aprofundado.

De que lado estar ? Do lado do patronato, que investiu todo o seu capital e que tanto lutou na construção da/s sua/s empresa/s ou do lado do operariado, que nada pior tem do que cumprir horários?
Acredito que o patronato deveria merecer maior respeito na nossa parte. Os investidores privados, que constituem o patronato empregam todos os dias o seu esforço para garantir um posto de trabalho para um vastíssima classe de trabalhadores (o chamado operariado). E o que fazem muitas vezes os trabalhadores? Muitos não estão dispostos a trabalhar nem mais um minuto para além do seu horário. Muitos não dão o rendimento que deveriam dar. E finalmente, o que mais me faz confusão, o que mais me intriga, e que por vezes me mal dispõe (e digo-o com toda a convicção) são as greves. Está na altura de abdicarem do egoísmo que os caracteriza, e de trabalharem para o bem comum. Dirijo-me a este conjunto de trabalhadores que exige à sua entidade patronal cada vez mais privilégios e mais benefícios, numa altura em que os próprios patrões tem dificuldades para pagar aos seus empregados os serviços mínimos. Os trabalhadores não estão a trabalhar para a sua entidade patronal. Os trabalhadores trabalham para a empresa da qual fazem parte!
É por estas razões e por muitas mais que defendo o novo Código Laboral, que mesmo não beneficiando o patronato, não o prejudica como antes acontecia.

Bruno Vieira

4 comentários:

  1. De acordo que os actuais códigos colocam uma pessoa (o trabalhador) acima de outra (o empregador), mas não posso deixar de reparar que existe aqui um grande preconceito para com os "cumpridores de horários"...

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  2. Não se trata de preconceito, trata-se de punir quem desrespeita os leis. Aliás mais que as leis, a ética e a moral

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  3. Este artigo apoia o aumento da carga horária laboral? E da ultra-liberalização dos despedimentos?

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    Respostas
    1. O artigo não falou sobre essa parte. Mas se falando disso, posso dizer que apoio. No entanto sem a palavra ultra, antes de liberalização.

      Bruno Vieira

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